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startups brasileiras - grupo de funcionários reunidos

O setor de energia elétrica vive uma perspectiva de transição na direção do desenvolvimento sustentável.

Essa transformação pode ser atribuída à difusão e à maior facilidade de acesso às tecnologias atreladas às redes elétricas inteligentes, à energia solar, à eficiência energética, à eletromobilidade, ao uso da biomassa, etc.

Consequentemente, especialistas no assunto preveem um grande crescimento das energias renováveis e das iniciativas ligadas à eficiência energética.

Aparentemente, o setor passa por um importante momento de quebra de paradigmas e tudo indica que temos uma revolução à vista no setor de energia nos próximos anos…

Por sua vez, as startups brasileiras são uma grande promessa para salvar a energia elétrica no Brasil.

Como funciona o setor elétrico no Brasil?

A principal fonte de energia elétrica do Brasil são as hidrelétricas, ou seja, um sistema de obras e equipamentos que proporciona a produção de energia através do aproveitamento hidráulico dos rios.

Com efeito, a água é represada para definir um desnível e enviá-la às turbinas, realizando a conversão da energia disponível em eletricidade. Após a energia ser gerada, ocorre o seu transporte até os centros consumidores de carga, formando o processo de transmissão. Por fim, o setor responsável recebe a energia das empresas de transmissão e distribui aos centros consumidores industriais e residenciais, fase que recebe o nome de distribuição.

Embora a hidroeletricidade seja uma energia limpa e renovável, sua geração através das hidrelétricas demanda um grande investimento em infraestrutura e produz considerável impacto ambiental.

As hidrelétricas representam 62% da capacidade instalada em operação no país para geração de energia elétrica.

Logo em seguida, temos as usinas termelétricas com a instalação industrial que gera eletricidade a partir do calor produzido pela queima de combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral, etc.) ou outras fontes de calor (madeira, bagaços, etc.). Referida fonte de geração de energia responde por 28% da capacidade instalada em operação em nosso país e tem como uma das grandes desvantagens a poluição ambiental.

O restante provém de usinas eólicas (que permite a transformação do vento em energia cinética e a partir dela em eletricidade com o uso de equipamentos específicos) e das usinas solares, que captam a luz do sol, através de painéis e, por meio do efeito fotovoltaico, geram energia elétrica, que é convertida pelo inversor solar.

A matriz energética brasileira também depende de energia importada de outros países, como por exemplo da Argentina e do Uruguai.

Por que o Brasil tem problemas de abastecimento no setor elétrico?

Como visto, temos no Brasil um sistema gerador de energia predominantemente dependente das hidrelétricas.

Assim, uma vez que a matriz energética possui extrema dependência do abastecimento dos principais reservatórios nas usinas hidrelétricas, a falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios acabam acarretando um enorme problema na geração de energia elétrica. A crise hídrica consequentemente gera uma crise no abastecimento no setor elétrico.

Soma-se a isso a ausência de investimentos em geração e distribuição de energia, bem como ao favorecimento dos interesses econômicos do setor privado, de modo que, quanto mais vazios os reservatórios, mais altas as tarifas e mais corrente é o racionamento de energia.

O resultado final é a penalização da população com as consequências da crise energética.

Ocorre a crise energética quando a geração de energia é insuficiente para atender a demanda da população, havendo riscos de interrupção no fornecimento por meio de apagões e encarecimento das tarifas para o consumidor final.

Qual a importância da inovação no setor elétrico?

Face à crise climática global e a ineficiência/insuficiência do sistema de energia elétrica, o setor busca inovações para amenizar os efeitos nocivos causados ao meio ambiente, sem deixar de lado a crescente demanda dos consumidores.

Efetivamente, é preciso repensar com urgência a maneira como produzimos energia elétrica. Em outras palavras, é preciso recriar a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis e mais eficientes, usando a tecnologia a nosso favor.

Essa inovação faz-se imprescindível haja vista a urgente necessidade de poupar o meio ambiente e, não menos importante, aprimorar o desempenho técnico tanto no âmbito da geração de energia, quanto nos custos da produção.

Resumidamente, busca-se:

  • Gerar energia causando um menor impacto ambiental;
  • Maior eficiência energética para atender à crescente demanda da população;
  • Redução de custos.

Encontrar opções tecnológicas, sustentáveis e financeiramente viáveis é, sem dúvidas, um enorme desafio.

Porém, todos sabemos que os brasileiros são criativos por natureza e possuem um alto potencial empreendedor. Não à toa que algumas startups brasileiras, aproveitando o momento de quebra de paradigmas, já saíram na frente em busca de inovações para o setor elétrico de nosso país, conforme veremos adiante.

Como startups brasileiras de inovação podem contribuir para o setor elétrico brasileiro?

Conhecendo uma startup

Startups são empresas que buscam crescer rapidamente através da inovação e da resolução de problemas que o mercado enfrenta. De modo geral, uma startup pode ser conceituada pela reunião de um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios inovador, repetível e escalável, trabalhando em condições de incerteza e com baixo custo de manutenção. 

Além disso, startups tendem a ter um alto grau de aderência a conexões e integrações, o que as ajuda a se conectar com o mercado e a obter sucesso.

As startups são dinâmicas por natureza, ou seja, são estruturadas para lidar com grandes riscos e incertezas, inclinadas a adaptações céleres em suas estratégias para acompanhar as mudanças de tendências do macro ambiente.

Startups de cleantech

Atrelada à definição de startup que vimos anteriormente, temos as startups de cleantech – tecnologia limpa, que representam uma solução para problemas relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade.

A ideia é fornecer desempenho superior a custos mais baixos, reduzindo ou eliminando o impacto ecológico negativo, ao mesmo tempo em que faz uso mais eficiente e responsável dos recursos naturais.

No Brasil, um dos segmentos de mercado a que se dedicam as cleantechs é o de geração de energia limpa, tal como energia eólica, solar, combustíveis renováveis, biomassa, etc.

As startups de cleantech podem desenvolver tecnologias inovadoras, criar soluções de gerenciamento de recursos naturais ou oferecer serviços para auxiliar empresas e consumidores a se tornarem mais sustentáveis. Elas também podem atuar na área de consultoria, ajudando outras empresas a implementar práticas mais sustentáveis.

Contribuições das startups brasileiras em inovação para o setor elétrico:

Não há dúvidas quanto à paulatina transformação do segmento energético brasileiro. E podemos dizer que grande parte dessas mudanças pode ser atribuída às startups.

Mesmo porque, a busca pelo desenvolvimento sustentável pressupõe não só uma mudança de hábitos dos indivíduos, mas também a repaginação dos modelos de negócios.

Vejamos abaixo algumas contribuições e inovações trazidas por startups brasileiras no âmbito do setor elétrico:

  • Uso de tecnologias limpas:

As startups brasileiras têm apostado em novas tecnologias para geração de energia a partir de fontes alternativas, como energia eólica, energia solar, biomassa e geotérmica.

A ascensão das energias renováveis é uma resposta à crescente preocupação do setor com os impactos ambientais causados pelas fontes fósseis.

A redução do uso de combustíveis fósseis minimiza a emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para a redução da poluição e para o combate às mudanças climáticas.

Além do ganho ambiental, o uso dessas tecnologias limpas representa um importante multiplicador do crescimento econômico no século XXI.

  • Mercado livre de energia elétrica

Mercado livre de energia é um ambiente de negociação no qual os consumidores ficam livres para escolher o preço, o fornecedor, a fonte e a quantidade de energia elétrica que desejam adquirir.

Porém, não são todos os consumidores que conseguem comprar energia livremente no Brasil, mas tão somente aqueles com demanda contratada maior que 500 kW.

Com efeito, existem startups brasileiras oferecendo uma solução para empresas que não atingem o limite de 500 kW de demanda, com a proposta de gerar economia de até 30% na conta de luz por negociar direto com o gerador de energia, além de prestigiar o poder de decisão do consumidor, a previsibilidade e a sustentabilidade.

Temos um conteúdo completo sobre o mercado livre de energia: confira aqui.

  • Mercado trading de energia

A palavra em inglês trading significa “negociação” e isso se tornou possível também no mercado energético.

O mercado de trading de energia no Brasil ainda é pequeno se comparado ao resto do mundo, porém, segue em constante evolução.

O trader de energia aproveita da flexibilidade do ambiente de contratação livre para adquirir energia elétrica do gerador e oferecê-la ao consumidor por um preço fixo.

Esse profissional desempenha o papel de avaliar vários aspectos e cenários na geração de energia, tais como as condições climáticas, mudanças regulatórias, especulações no mercado, dentre outros, a fim de garantir operações lucrativas de compra e venda de energia.

As startups têm um papel fundamental no desenvolvimento de tecnologias, como marketplaces e plataformas de negociação, para aproximar consumidores e geradores de energia renovável.

O preço das fontes renováveis é muito mais competitivo do que em relação às fontes convencionais. 

  • Geração Distribuída

Por meio de instalações para o autoconsumo ou com o intuito comercial, a Geração Distribuída (GD) é caracterizada pela possibilidade do consumidor gerar a sua própria energia, injetando-a no sistema da distribuidora e consumindo junto ou próximo ao local de consumo. 

A GD é uma forma descentralizada de gerar e consumir energia, que possibilita a diminuição dos custos com a conta de luz, que está cada dia mais alta, e ainda agrega atributos de sustentabilidade, que podem trazer ganhos de reputação para o seu negócio.

Aliada a uma tecnologia de ponta, a GG tem grande potencial para revolucionar completamente a maneira que estamos habituados a gerar e consumir eletricidade.

Temos um conteúdo completo sobre o mercado livre de energia: confira aqui.

Qual pode ser o impacto das startups brasileiras no setor de energia?

No Brasil, o ecossistema das startups de energia ainda é bem incipiente, o que, todavia, não deixa passar despercebido o seu futuro promissor.

Isso porque, estudos indicam que a criação e desenvolvimento de startups focadas no setor de energia poderá, em certo sentido, mudar a própria configuração do setor elétrico a partir:

  • Da transição energética na direção do desenvolvimento sustentável;
  • Do crescimento das energias renováveis e das iniciativas ligadas à eficiência energética;
  • Do barateamento e difusão acelerada de tecnologias ligadas às redes elétricas inteligentes, energia solar, eletromobilidade, eficiência energética, uso da biomassa, etc.

Com efeito, as startups desempenham esse papel determinante para acelerar o contexto de reestruturação no setor de energia do Brasil, uma vez que são naturalmente estruturadas para ser adaptáveis e para lidar com altos riscos e incertezas, visto que atuam com ativos e processos mais flexíveis, contratos modulares e estruturas escaláveis.

As startups conseguem pensar fora da caixa e expandir mesmo diante de cenários de incerteza, o que é de suma importância para estimular a mudança de paradigmas no setor de geração de energia no Brasil.

As startups também podem trabalhar no desenvolvimento de tecnologias de distribuição de energia mais eficientes, como redes inteligentes e sistemas de distribuição descentralizados, que podem ajudar a reduzir as perdas de energia durante a transmissão e aumentar a confiabilidade do sistema elétrico.

Atualmente, tem surgido diversas startups com soluções de gerenciamento de energia que ajudam os consumidores a reduzir o consumo de energia e aumentar a eficiência energética de seus sistemas, o que pode contribuir para a redução dos custos de energia e para a diminuição da carga sobre o sistema elétrico.

Também, há projetos de startups para soluções de armazenamento de energia, como baterias, que permitem que a energia gerada por fontes limpas e renováveis seja armazenada e utilizada quando necessário, aumentando a eficiência do sistema elétrico e reduzindo a dependência de fontes de energia intermitentes.

Projetos de startups brasileiras que podem mudar o setor elétrico:

  • Finehra Energia

A Finehra trabalha para oferecer uma experiência de liberdade de escolha de energia para casas e empresas, além de transformar a energia solar em um investimento moderno, rentável e seguro. A empresa quer desmistificar a energia solar e criar mais oportunidades de economia, sustentabilidade e gestão do uso da energia. Ela oferece um produto simples e transparente para instaladores, além de distribuir energia e oferecer um investimento seguro e rentável baseado na energia solar.

  • Metha Energia:

A Metha Energia é uma startup brasileira que tem como proposta oferecer energia limpa e renovável de forma descomplicada e sem instalar painéis solares na casa dos consumidores.

A startup em questão aposta no consumo sustentável, convencendo que o impacto da energia solar é baixíssimo. Além disso, a empresa oferece ao consumidor uma conta de luz até 15% mais barata, além da possibilidade de acompanhar o consumo em tempo real, através de um aplicativo de celular.

  • Liberum Energia:

Essa startup aposta na geração de energia limpa a partir de fontes renováveis, como a solar e o biogás metano, proveniente de aterros sanitários.

A Liberum oferece descontos na fatura de energia de até 18%, sem necessidade de investimentos pelos consumidores. Todo processo de contratação é realizado 100% online. 

  • Esfera Energia:

A Esfera é uma startup que apoia investidores e usinas na estruturação de operações em geração distribuída. Ela aproxima consumidores e geradores de energia renovável, por meio de uma plataforma 100% digital.

Ela proporciona ao consumidor liberdade para escolher a sua energia elétrica, além de oferecer desconto de 16% na conta de luz, sem que seja necessário nenhum tipo de fidelidade ou investimento.

  • Time energy:

Essa startup brasileira oferece soluções para monitoramento do consumo e consequente economia de energia de forma personalizada.

Ela promete, através do uso da inteligência artificial, uma gestão energética para a empresa através da monitoração, padronização do consumo, notificação de eventuais alterações e opções para reduzir a conta de energia.

  • Solfácil:

Plataforma tecnológica para facilitar o financiamento de energia solar para os consumidores.

  • Clarke:

Acesso ao mercado livre de energia.

  • Navarra Tech:

Startup de Santa Catarina que desenvolveu uma plataforma de trading (negociação) e procurement (aquisição) de energia elétrica, com foco em negociações de ativos dentro do ambiente livre de contratação.

É certo que o modelo de negócios desenvolvido pelas startups tem muito para revolucionar o setor elétrico brasileiro e antever as oportunidades de mercado nesse momento é vital. Some-se a isso a importância de fontes de energia renovável e a valorização  deste setor, temos que é em meio a crises que novos caminhos surgem e devem ser explorados. 

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